sábado, 19 de janeiro de 2008

Em média, professor da rede pública ganha mais que da particular

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ANTÔNIO GOIS
da Folha de S.Paulo, no Rio
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo

Os professores da educação fundamental das escolas públicas (estadual e municipal) do país ganham, em média, mais do que os da rede particular.

Os docentes de 1ª a 4ª série (o antigo primário) das escolas estaduais têm um rendimento mensal médio de R$ 1.398, ante R$ 1.051 das municipais e R$ 1.048 das particulares.

A constatação está presente em tabulações da Pnad 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE) feitas por Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE e atual presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. Dados do Ministério do Trabalho confirmam o panorama.

A rede pública paga mais também na 5ª a 8ª (antigo ginásio) e da educação superior.

No antigo ginásio, a média no sistema estadual é de R$ 1.347, contra R$ 1.120 na particular --a municipal paga R$ 1.230.

O sistema particular só oferece salários maiores no ensino médio (antigo colegial) -veja mais em quadro ao lado.

A lógica se mantém mesmo quando se simula que todos os educadores do país tivessem a mesma jornada.

Uma das explicações para que a média na rede particular seja mais baixa é sua heterogeneidade. Na capital paulista, por exemplo, há escolas de regiões mais pobres em que os salários não chegam a R$ 700, enquanto outras escolas de ponta, como o Santa Cruz (em Pinheiros), pagam mais de R$ 8.000.

Essa diferença salarial entre os colégios reflete na qualidade de ensino no setor privado.

As médias no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) entre as dez escolas particulares de São Paulo de melhor salário variam de 68 a 58, numa escala de 0 a 100. Entre as dez com piores salários, a variação é de 47 a 56. O ranking de rendimentos foi feito pelo sindicato dos professores da rede particular no ano passado.

A oscilação salarial não costuma ter tanto impacto nas redes públicas. No sistema estadual de São Paulo, por exemplo, a diferença entre o piso e o teto da 1ª a 4ª séries é de 92,3%.

A grande diferença entre os Estados também ajuda a explicar as baixas médias. O cruzamento dos dados da Pnad 2006 com o Censo dos Profissionais do Magistério da Educação Básica, feito em 2003 pelo MEC, aponta que os salários da rede privada no Nordeste puxam a média nacional para baixo.

Em Sergipe, por exemplo, a rede particular pagava R$ 410, contra R$ 628 da pública.

Naquele ano, as redes privadas do Distrito Federal e de São Paulo pagavam uma média superior a R$ 1.200.

Matéria completa em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u365083.shtml