quarta-feira, 26 de março de 2008

MANIFESTO DE REPÚDIO ÀS DECLARAÇÕES DA SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SP

A Egrégia Congregação da Faculdade de Educação da UNICAMP, em sua 57a Reunião Extraordinária de 03 de março de 2008, tomou ciência das declarações da Professora Maria Helena Guimarães de Castro, atual Secretária de Estado da Educação de São Paulo, publicadas na revista VEJA no 2047 de 13 de fevereiro de 2008 e no jornal Folha de S. Paulo de 25 de fevereiro de 2008, referentes a diversos temas concernentes a sua pasta, tais como a situação da educação paulista, a formação de professores, a dinâmica administrativa e pedagógica das escolas de nível fundamental e médio, os baixos salários e as degradantes condições de trabalho de muitos professores do magistério público entre outros. Esta Congregação vem manifestar publicamente seu veemente REPÚDIO às referências arbitrárias e levianas feitas pela Sra. Secretária, particularmente àquelas endereçadas às instituições públicas de formação de professores de São Paulo, nominadamente contra as Faculdades de Educação da USP e da UNICAMP.

A Sra. Secretária desferiu sérias acusações contra esta conceituada unidade acadêmica, produtora de pesquisas referenciais para a educação paulista e brasileira e destacada agência social de formação de educadores e de professores para a educação básica e superior ao longo de mais de 35 anos. A Faculdade de Educação da UNICAMP apresenta ainda legitimada atuação na Região Metropolitana de Campinas, no Estado de São Paulo e no país, com projetos e cursos de pleno compromisso com os desafios sociais da educação e da escola públicas.

Esta Congregação REPUDIA também a inconsistente nominação de má-fé com que a Sra. Secretária agride esta Faculdade e as Faculdades de Educação em geral, inculcando-lhes a pecha de espaços voltados “para assuntos exclusivamente teóricos, sem nenhuma conexão com as escolas públicas e suas reais demandas”, que prestam “desserviço” e retiram o foco de questões centrais, e destacando sua ameaçadora vontade de fechar e acabar com tais instituições, seus cursos, projetos e programas de formação.

REPUDIA, da mesma forma, o conjunto de irrisórios argumentos e insólitos dados apresentados pela Sra. Secretária para caracterizar e analisar a realidade da educação e da escola pública paulistas, no tocante à questão salarial dos professores, à organização do trabalho pedagógico, à gestão e administração de recursos e à resolução de problemas institucionais. Esta Congregação considera que tais opiniões, se foram fidedignamente transcritas, revelam uma superficial leitura da realidade educacional e escolar, uma estreita e precária análise de cunho privatista, com acentos autoritários e acusatórios, não condizentes com a natureza e importância do cargo e função pública que a Professora Maria Helena Guimarães de Castro ocupa no corolário da gestão pública estadual paulista.


Congregação da Faculdade de Educação da UNICAMP, 03 de março de 2008.

domingo, 16 de março de 2008

Reforma Ortográfica: surpreendidas, editoras querem adiamento

Associação do setor de didáticos vai se reunir com MEC para pedir prazo maior na aplicação da nova ortografia
O GLOBO / PROSA & VERSO Rio de Janeiro, 15 de março de 2008.
Miguel Conde


As editoras brasileiras foram apanhadas de surpresa pela exigência de que os livros inscritos no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2010 estejam em conformidade com as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A mudança foi anunciada no último dia 7 no "Diário Oficial". O processo de inscrição e entrega das obras vai de 26 de maio a 4 de junho. - Estou entrando e saindo de reunião o dia inteiro por causa disso - diz Roberta Martins, editora de línguas da Scipione, uma das cinco principais fornecedoras do PNLD.

- É uma alteração grande, que vamos ter que fazer em cima da hora. Grande parte dos livros já estava pronta. Não sei se vamos conseguir entregar tudo no prazo. Nos livros de alfabetização é ainda mais complicado, porque aí temos que fazer também alteração no conteúdo

Mudança não afeta apenas setor de didáticos
A Associação Brasileira de Editoras de Livros (Abrelivros), que congrega os editores de didáticos, ainda espera conseguir uma prorrogação do prazo. O presidente da Abrelivros, Jorge Yunes, deve se reunir nos próximos dias com a cúpula do Ministério da Educação (MEC) para negociar a questão. Por enquanto, a Abrelivros prefere não se manifestar sobre o assunto. O aviso do MEC foi feito um dia após o Conselho de Ministros de Portugal emitir um voto em favor da ratificação do acordo, assinado em 1990 em Lisboa e até hoje não implementado.

Apesar de ser um sinal importante, a aprovação ainda precisa passar pelo Parlamento e pelo presidente do país europeu. Representantes dos ministérios da Educação do Brasil e de Portugal deverão se reunir nos próximos meses para definir o cronograma de transição. No Brasil, os livros didáticos são usados durante três anos. Em Portugal, esse prazo vai de quatro a seis anos. Portanto, é provável que cada país adote um cronograma diferente.

O assessor especial do ministério, Carlos Alberto Xavier, diz que haverá um período de transição, em que os alunos usarão ao mesmo tempo livros com a ortografia anterior ao acordo e livros com a nova ortografia: - É saudável que nas escolas existam livros de uma e outra forma, porque assim os alunos poderão descobrir que palavras como "vôo", por exemplo, tinham acento antes e depois deixaram de ter. Já foi assim na última reforma, em 1971. Será uma transição pacífica. A mudança não afeta apenas os editores de didáticos, mas também aqueles que publicam as chamadas "obras complementares", ou paradidáticos. Diretor- geral da Melhoramentos, uma das maiores empresas do setor, Breno Lerner acha que o aviso foi feito em cima da hora: - Em algum momento isso ia acontecer. Pena que esteja sendo dessa forma atabalhoada.

Editor não vê vantagens no acordo, mas o governo sim
O editor diz não ver nenhuma vantagem no acordo. - A curto e médio prazos, isso produz custos e confusão. A longo prazo, não há vantagem. Como vou vender livro infantil em Portugal se lá não se usa o gerúndio? O fato de a língua ter uma ortografia única não modifica o mercado em nada, porque o vocabulário continua sendo diferente. Os putos vão continuar a fazer a bicha em Lisboa (em Portugal, a frase significa "os meninos vão continuar fazendo fila"), e aqui não. O governo brasileiro vê vantagens na mudança, em especial na arena diplomática, pois o estabelecimento de uma ortografia única facilitaria a inclusão do português entre as línguas oficiais de órgãos internacionais.

Na semana passada, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que o acordo não impedia inovações na língua, e que era importante para "dar um norte".

quinta-feira, 13 de março de 2008

Segundo o SARESP as melhores e as piores escolas de São Paulo

13/03/2008 - 20h53

Veja lista de melhores e piores escolas públicas de São Paulo

Bruno Aragaki
Em São Paulo
  • As piores em matemática
  • As melhores em matemática
  • As melhores em português
  • As piores em português


  • Da lista das melhores escolas no Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar o Estado de São Paulo) de 2007, apenas quatro estão na capital ou na Grande São Paulo - o restante da lista das "top" públicas paulistas são escolas do interior. O exame avaliou 5.207 instituições.
    A cidade de Campinas, a 100 quilômetros da capital, aparece na lista quatro vezes: os alunos das escolas Prof. Eunice V. Ramos, Instituto Popular Humberto de Campos, Prof. João Lourenço Rodrigues e Marechal Mallet tiveram médias superiores à do Estado em língua portuguesa; os da Marechal Mallet aparecem também na relação dos melhores em matemática.
    O melhor desempenho do interior não é percebido apenas na "elite" do ensino público. A média geral dos alunos do interior é 4% maior que a dos alunos da capital e da Grande São Paulo.
    Aplicado anualmente desde 1996, o Saresp avalia o desempenho dos alunos da rede estadual paulista em português e matemática. Em 2007, foram avaliados os alunos dos ensinos fundamental (2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries) e do médio (3ª série).

    Piores em matemática

    A presença do interior é maior também na lista das piores: das 100 escolas com pior desempenho em matemática, 52 são do interior.
    Das 48 escolas localizadas na Região Metropolitana de São Paulo, 30 estão nas cidades da Grande São Paulo.
    A Secretária de Estado da Educação afirmou que os professores as cem piores escolas em ensino de matemática receberão, ainda neste ano, cursos de reciclagem e atualização profissional.

    quarta-feira, 12 de março de 2008

    Escolas passarão a ter aulas de história e cultura afro-brasileira e indígena.

    Os alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas e particulares do país passarão a ter aulas de história e cultura afro-brasileira e indígena. A lei nº 11.465, de 10 de março de 2008, que oficializa a nova disciplina, foi sancionada nesta terça-feira (11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e passa a vigorar a partir de 11 de março de 2008, com a publicação no Diário Oficial da União.
    Mas, segundo o MEC (Ministério da Educação ), a implementação nas instituições de ensino depende do desenvolvimento do material didático e da formação de professores para ministrar a nova matéria. A legislação anterior previa a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira. De acordo com o MEC, a proposta sancionada é também destacar a contribuição dos índios na formação social, econômica e política brasileira.

    Para ter acesso à redação da Lei, consulte o DIário Oficial da União no endereço:
    https://www.in.gov.br/imprensa/jsp/jsp/jornaiscompletos/visualizacao/pdf/visualiza_pdf.jsp?jornal=do&secao=1&pagina=01&data=11/03/2008

    terça-feira, 4 de março de 2008

    Livros Didáticos: Procuradoria quer que Polícia Federal investigue casos de fraude na Bahia

    Da Agência Brasil
    28-02-2008

    O Ministério Público Federal na Bahia encaminhou à Policia Federal pedido da abertura de inquérito para investigar indícios de falsificação de assinaturas em formulários para a escolha dos livros didáticos das escolas públicas de Salvador.
    A Procuradoria pede que sejam ouvidos professores que tiveram nomes usados indevidamente na seleção de títulos de livros cujas disciplinas são diferentes das que lecionam, de acordo com nota divulgada ontem.
    A representação criminal que levou ao pedido de abertura de inquérito partiu da procuradora da República Juliana Moares. Em janeiro, ela instaurou inquérito civil público para averiguar denúncias de falsificação de assinaturas encaminhadas por professores, pela Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) e divulgadas na imprensa.