A Comissão de Educação e Cultura promoveu ontem, audiência pública para discutir os critérios do processo de avaliação para inclusão de livro no Guia do Livro Didático do Ministério da Educação. Os deputados que sugeriram a reunião querem esclarecer denúncia feita pelo jornalista Ali Kamel, em artigo publicado no jornal O Globo em outubro, segundo a qual o livro de história Projeto Araribá - História - Ensino Fundamental - 8, indicado pelo MEC, faz propaganda político-eleitoral do PT. Em seu texto, Kamel diz que os alunos são levados a acreditar - em capítulo referente à 1ª Guerra Mundial e Revolução Russa - que não há país com mais pobres que o Brasil e que o programa Fome Zero seria o sonho russo revivido.
Segundo informações do MEC, a escolha de livros que compõem o Guia do Livro Didático é feita em parceria com universidades públicas que se responsabilizam pela análise de livros nas áreas de alfabetização, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia e ainda de dicionários da Língua Portuguesa.
Foram convidados para discutir o assunto:
- a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra Rezende;
- a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Juçara Maria Dutra Vieira;
- a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Rodrigues Repulho;
- o presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), João Arinos Ribeiro dos Santos;
- o presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale), José de Nicola Neto;
- um representante do Ministério da Educação.
A audiência foi sugerida pelos deputados Pedro Wilson (PT-GO), Fátima Bezerra (PT-RN), Carlos Abicalil (PT-MT), Fernando Ferro (PT-PE), Nazareno Fonteles (PT-PI), Walter Pinheiro (PT-BA), Luiza Erundina (PSB-SP), Lobbe Neto (PSDB-SP), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Severiano Alves (PDT-BA). A reunião será realizada às 10 horas, no plenário 10.
MAIS LENHA NA FOGUEIRA
Câmara dos Deputados convocará entidades do livro
Texto extraído do Blog do Galeno - Galeno Amorim 23.11.2007 14h14
Duas iniciativas distintas de deputados prometem engrossar o caldo, nas próximas semanas, das agora ríspidas discussões que tomaram conta do mercado do livro didático no Brasil nos últimos dias. A Comissão de Educação e Cultura vai, por iniciativa do deputado Severiano Alves (PDT-BA), convocar os presidentes da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), João Arinos, e da Associação Brasileira de Autores de Livros Didáticos (Abrale), Nicola Neto, para uma audiência na Casa. Já a Comissão de Ciências e Tecnologia vai convocar, a pedido do deputado Pedro Wilson (PT-GO), as duas entidades e as demais da área do livro no Brasil. Para apimentar um pouco mais o debate, também serão convocados os representes do Consed (dos secretários estaduais da Educação) e da Undime (dos dirigentes municipais) e, ainda, o jornalista Ali Kamel, que andou criticando a escolha dos livros didáticos nos últimos anos no Brasil.
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Petista insiste em ouvir Ali Kamel sobre acusações contra livros didáticos
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) solicitou ontem que a Comissão de Educação e Cultura da Câmara realize uma nova audiência pública para dar continuidade à discussão sobre os critérios de escolha de livros didáticos no País. Desta vez com a presença do diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel. Ele era um dos convidados para o debate realizado ontem, mas enviou um comunicado no início da semana informando que não compareceria na audiência em função de viagem ao exterior.
Recentemente Ali Kamel publicou três artigos no jornal O Globo, nos quais "condena" vários livros didáticos adotados no Brasil. Num dos artigos publicados ele afirma, por exemplo, que o livro "Projeto Araribá - História - 8" faz propaganda político-eleitoral do PT. O deputado Fernando Ferro, co-autor do requerimento para a realização da audiência pública, classificou como levianos artigos de Kamel.
Ferro lamentou que Kamel não tenha comparecido à audiência pública, embora tivesse sido convidado."Tudo que foi falado na audiência desmente as críticas e acusações feitas nos artigos", disse Ferro. Ele lembrou que Kamel, entre outras coisas , acusou o MEC de encomendar livros didáticos direcionados ideologicamente para apologia do marxismo e do comunismo, embora já fossem adotados desde 2002, no governo FHC.
"Todas as acusações dele foram desmontadas e ficou patente que seus artigos foram escritos por interesses econômicos e ideológicos. Foi uma grande 'barriga' (notícia falsa), como se diz no jargão da imprensa", afirmou Ferro.
Critérios - O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Daniel Silva Balaban, participou dos debates. Ele detalhou todo o processo de escolha dos livros didáticos no país. Segundo Balaban, o edital para compra dos livros compreende desde especificações técnicas até o conteúdo. Antes de chegar à escola, os livros são encaminhados para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP, que avalia a qualidade técnica da publicação. Em seguida, os livros aprovados pelo IPT vão para especialistas das universidade, que avaliam o conteúdo pedagógico. Só então é formado um guia do livro didático que é disponibilizado para as 150 mil escolas brasileiras.
O presidente do FNDE assegurou também que no houve erro no envio de livros didáticos para as escolas brasileiras e que os livros distribuídos tivessem sido publicados pela mesma editora. "Em alguns casos foram os próprios diretores, que detém senha específica de acesso ao sistema, quem encaminhou o pedido dos livros sem consultar os professores", afirmou.
Na avaliação do deputado Pedro Wilson (PT-GO), autor do requerimento para o debate, não resta dúvida sobre a eficiência do programa de escolha do livro didático, no entanto, é preciso aprofundar no assunto. "O presidente do FNDE foi bastante contundente, no entanto, vamos continuar discutindo essa questão. Pedro Wilson manifestou preocupação com as questões de mercado entre as editoras brasileiras e disse que isso também precisa ser apurado.
Os deputados Iran Barbosa (PT-SE) e Antonio Carlos Biffi (PT-MS), integrantes da comissão, elogiaram o caráter democrático de escolha do livro brasileiro e disseram que o programa é referência em todo o mundo. No entanto, segundo o deputado Iran Barbosa, o Brasil precisa discutir outros instrumentos pedagógicos para as escolas brasileiras.
Duas iniciativas distintas de deputados prometem engrossar o caldo, nas próximas semanas, das agora ríspidas discussões que tomaram conta do mercado do livro didático no Brasil nos últimos dias. A Comissão de Educação e Cultura vai, por iniciativa do deputado Severiano Alves (PDT-BA), convocar os presidentes da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), João Arinos, e da Associação Brasileira de Autores de Livros Didáticos (Abrale), Nicola Neto, para uma audiência na Casa. Já a Comissão de Ciências e Tecnologia vai convocar, a pedido do deputado Pedro Wilson (PT-GO), as duas entidades e as demais da área do livro no Brasil. Para apimentar um pouco mais o debate, também serão convocados os representes do Consed (dos secretários estaduais da Educação) e da Undime (dos dirigentes municipais) e, ainda, o jornalista Ali Kamel, que andou criticando a escolha dos livros didáticos nos últimos anos no Brasil.
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Petista insiste em ouvir Ali Kamel sobre acusações contra livros didáticos
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) solicitou ontem que a Comissão de Educação e Cultura da Câmara realize uma nova audiência pública para dar continuidade à discussão sobre os critérios de escolha de livros didáticos no País. Desta vez com a presença do diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel. Ele era um dos convidados para o debate realizado ontem, mas enviou um comunicado no início da semana informando que não compareceria na audiência em função de viagem ao exterior.
Recentemente Ali Kamel publicou três artigos no jornal O Globo, nos quais "condena" vários livros didáticos adotados no Brasil. Num dos artigos publicados ele afirma, por exemplo, que o livro "Projeto Araribá - História - 8" faz propaganda político-eleitoral do PT. O deputado Fernando Ferro, co-autor do requerimento para a realização da audiência pública, classificou como levianos artigos de Kamel.
Ferro lamentou que Kamel não tenha comparecido à audiência pública, embora tivesse sido convidado."Tudo que foi falado na audiência desmente as críticas e acusações feitas nos artigos", disse Ferro. Ele lembrou que Kamel, entre outras coisas , acusou o MEC de encomendar livros didáticos direcionados ideologicamente para apologia do marxismo e do comunismo, embora já fossem adotados desde 2002, no governo FHC.
"Todas as acusações dele foram desmontadas e ficou patente que seus artigos foram escritos por interesses econômicos e ideológicos. Foi uma grande 'barriga' (notícia falsa), como se diz no jargão da imprensa", afirmou Ferro.
Critérios - O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Daniel Silva Balaban, participou dos debates. Ele detalhou todo o processo de escolha dos livros didáticos no país. Segundo Balaban, o edital para compra dos livros compreende desde especificações técnicas até o conteúdo. Antes de chegar à escola, os livros são encaminhados para o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP, que avalia a qualidade técnica da publicação. Em seguida, os livros aprovados pelo IPT vão para especialistas das universidade, que avaliam o conteúdo pedagógico. Só então é formado um guia do livro didático que é disponibilizado para as 150 mil escolas brasileiras.
O presidente do FNDE assegurou também que no houve erro no envio de livros didáticos para as escolas brasileiras e que os livros distribuídos tivessem sido publicados pela mesma editora. "Em alguns casos foram os próprios diretores, que detém senha específica de acesso ao sistema, quem encaminhou o pedido dos livros sem consultar os professores", afirmou.
Na avaliação do deputado Pedro Wilson (PT-GO), autor do requerimento para o debate, não resta dúvida sobre a eficiência do programa de escolha do livro didático, no entanto, é preciso aprofundar no assunto. "O presidente do FNDE foi bastante contundente, no entanto, vamos continuar discutindo essa questão. Pedro Wilson manifestou preocupação com as questões de mercado entre as editoras brasileiras e disse que isso também precisa ser apurado.
Os deputados Iran Barbosa (PT-SE) e Antonio Carlos Biffi (PT-MS), integrantes da comissão, elogiaram o caráter democrático de escolha do livro brasileiro e disseram que o programa é referência em todo o mundo. No entanto, segundo o deputado Iran Barbosa, o Brasil precisa discutir outros instrumentos pedagógicos para as escolas brasileiras.
fonte - Informes PT - 23/nov/2007 nº3870
2 comentários:
Precisamos, agora mais do que nunca, participarmos e ficarmos atentos aos resultados dessas reuniões. Não podemos omitir nossa indignação frente a essa crise pela qual passa o PNLD. Alguém esteve presente ou sabe algo sobre essa audiência pública? Compartilhem.
Carla.
Agora vê se pode, convocar o Kamel pra esse debate????
Jesus, não nos falta mais nada, só se for para ele dar explicações sobre as suspeitas levantadas pelo Ruy Falcão....
Eu queria que esse povo parasse de palhaçada e convocasse autores, professores, pesquisadores para debatermos (o que deveria ter sido feito na primeira mesa do Simpósio Internacional do Livro Didático, ocorrido na FE-USP no início de novembroe não aconteceu, porque o MEC não deu as caras) a implementação de medidas sérias e necessárias pra evitar a corrupção na escolha do PNLD.
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