CIEE promove curso sobre história paulistana | ||
24/04/2008![]() | ||
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sábado, 26 de abril de 2008
Curso gratuito sobre história paulistana
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Leiam e ajudem a divulgar essa afronta que a empresa está praticando em relação às práticas racistas e excludentes no que diz respeito aos negros, indo contra, inclusive, à Lei 11.465/08, que altera a Lei 10639/03.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
150 municípios paulistas adotam apostilas em escolas públicas
sábado, 12 de abril de 2008
A política das provas, provinhas e provões
terça-feira, 8 de abril de 2008
Vitória: Assinada em SP a Carta Compromisso com a Sociologia no Ensino Médio
Ato Compromisso com a Sociologia
Compromisso com a Sociologia
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Campeã do Enem impõe rigor a docente
Diretora do Rui Bloem afirma que faltam recursos para a unidade; apesar de liderar entre estaduais, foi a 335ª na lista geral da cidade
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Os nossos alunos mais rebeldes nos chamam de nazistas", conta a diretora da escola Rui Bloem, Maria Cleuza de Oliveira Martins, 64. A unidade obteve a melhor nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2007 entre os colégios estaduais da capital paulista. A reclamação dos estudantes, diz a diretora, decorre do sistema que a escola adota: disciplina para alunos e professores.
Segundo a diretora, isso contribui para que a escola, em Mirandópolis (zona sul), seja organizada e tenha um bom ambiente de trabalho. Ambiente esse complementado pelo aspecto da unidade, com paredes impecavelmente pintadas e jardins bem aparados.
A conservação, porém, vem em grande parte dos recursos dos próprios pais, diz a diretora. Do governo, chegam cerca de R$ 30 mil para manutenção ao ano. Só em festas, a APM (associação de pais e mestres) arrecada cerca de R$ 40 mil. Para a diretora, a falta de investimentos é o pior problema da escola -mesmo sendo a melhor estadual da capital, no ranking geral da cidade (incluindo particulares e técnicas) a Rui Bloem ficou em 335º lugar.
A secretaria da Educação da gestão José Serra (PSDB-SP) afirma que aumentou em 80% a verba de manutenção das escolas entre 2007 e 2008 e que a Rui Bloem receberá um investimento de R$ 200 mil. Leia abaixo trechos da entrevista com Maria Cleuza.
MARIA CLEUZA DE OLIVEIRA MARTINS - Temos uma escola limpa, organizada, com ajuda dos recursos da APM. Outro ponto importante é o compromisso. Tenho professores que são efetivos há muito tempo. Também tenho pais que cobram muito dos estudantes e da escola.
O que ajuda muito aqui é a disciplina. Tem horário para entrar. O aluno deve trazer o material certo para cada aula.
Se não o faz, a gente chama o pai imediatamente. É um trato "tête-à-tête". Os estudantes têm "provões" todo semestre.
Tem aluno que vem de escola particular e fala: "Pô, escola do Estado desse jeito? Só tirei nota vermelha". Aqui, são de 42 a 45 alunos por sala. Não dá tempo para brincadeira. Os nossos alunos mais rebeldes chamam a gente de nazista. Mas o que queremos é disciplina.
FOLHA - Como a escola mantém professores efetivos, já que os salários são iguais em toda a rede?
MARIA CLEUZA - Acho que o professor sabe que pode contar com a direção e também há um ambiente agradável de trabalho. Já o aluno reflete o seu comportamento, pois sabe que a equipe gestora é extremamente exigente, vai chamar o pai se aprontar alguma coisa.
E se a família não cooperar, encaminhamos para o conselho tutelar. Da mesma maneira que encaminho professor para psiquiatria. Hoje existe a falta médica [sem desconto do salário], desde que seja em dias alternados. Assim, o professor pode trabalhar terça e quinta.
Segunda, quarta e sexta ele pode arrumar um atestado, às vezes até compra, e tem o dia abonado. Aqui, se começar com atestado, eu dou uma guia e peço uma avaliação médica. Já fiz isso com quatro professores.
FOLHA - Os salários são baixos?
MARIA CLEUZA - Ganho cerca de R$ 1.200 como diretora. Como professora aposentada, mais R$ 1.000. É pouco.
FOLHA - Quais são as grandes dificuldades da escola?
MARIA CLEUZA - Financeira. Com uma escola deste tamanho, só agora ganhamos um datashow. Um para três mil alunos. Segunda-feira [amanhã] começa o curso técnico de administração de empresas [novo projeto do governo, oferecido a parte dos alunos do ensino médio], e não estamos preparados. O que foi dito é que esse curso seria 50% online e 50% presencial. O curso começa com giz, apagador e saliva.
FOLHA - E sala de informática?
MARIA CLEUZA - Os computadores são muito ultrapassados. Quando o governador veio aqui [em fevereiro, Serra foi à escola lançar um programa de transferência de verbas às escolas], foi feita a parte elétrica. Ficaram de mandar computadores condizentes. Dez computadores para 40 alunos não dá. E nossos computadores são "tartaruga futebol clube", de 95, 98.
FOLHA - O governo anunciou diversas medidas para 2008, como implementação de um currículo, recuperação para todos os alunos nos primeiros 40 dias entre outras. As escolas conseguem absorver tudo isso?
MARIA CLEUZA - Acho que não. Deveria consultar as bases antes de implementar. Senão dá impressão de imposição e, assim, não há garantia que o professor vá implementar o projeto na sala de aula.
Nada deveria ser imposto e ainda mais com pouco tempo de preparação. O jornal, por exemplo [refere-se à recuperação inédita implementada pelo governo, cujos conteúdos foram apresentados por meio de jornais], chegou na véspera do planejamento [pedagógico].
Esse material trouxe algumas reclamações. Professores entenderam como engessamento dos seus trabalhos. Discordo. O que acabou foi a soberania. O professor usa sua didática, mas ele trabalha num sistema, com regras que precisam ser seguidas. A rede estadual é muito grande e precisa de parâmetros. Cada um fazia o que queria, planejava o que queria.
Para a gente não trouxe muita novidade, porque já trabalhávamos com um currículo, que se assemelha em muito ao que a secretaria estabeleceu.
Cartilha que ensina professor a lecionar está cheia de erros
DIÁRIO DE S.PAULO 6 de abril de 2008
Aberrações como confundir século com milênio e ignorar o nome dos países que já pertencem à União Européia não causariam surpresas se fossem respostas de estudantes da rede pública em algum teste. Esses erros, no entanto, estão presentes em duas cartilhas do governo do estado, destinadas a ensinar os professores a darem aulas. Os guias foram lançados pela Secretaria de Estado da Educação há três dias.
O jornal Diário de S.Paulo teve acesso aos cadernos de História, da 5 série, e Geografia, da 8, ambos destinados às aulas do primeiro bimestre do ano letivo. Professores da rede estadual comentaram os erros, mas pediram anonimato.
Para a pergunta: "O século XXI começou no 2001 e terminará em qual ano?", a cartilha do governo aponta como resposta correta a alternativa "d", ano 3000. "Confunde século com milênio", afirma um professor. A resposta certa é ano 2100, que não consta em nenhuma das cinco alternativas do guia.
Outra questão que, na opinião de docentes da rede estadual, é mal elaborada e induz ao erro está na página 26. A pergunta lembra que um arqueólogo batizou seu achado (esqueleto pré-histórico) de Lucy em homenagem à música "Lucy in the sky with diamond", dos Beatles. Um brasileiro, ao encontrar o primeiro esqueleto pré-histórico de mulher, também homenageou uma música. A questão pede o nome do esqueleto. "A comparação com a música dos Beatles leva o aluno ao erro porque a música 'Luiza', de Tom Jobim, é a mais conhecida. E a alternativa correta é Luzia", diz um docente.
Geografia
Os mapas do caderno de Geografia trazem como referência a quarta edição Atlas Geográfico Escolar, do IBGE, de 2007. Mas, no mapa sobre os países pertencentes à União Européia (UE), a cartilha erra feio ao colocar Romênia e Bulgária como "futuros membros". Ambos fazem parte do bloco desde o ano passado. Destacados como "novos membros", em rosa, estão sete países que integram a UE desde 2004. A República Tcheca, que também aderiu em 2004, é destacada em amarelo, como membro atual. "Todos os países que integram a União Européia são membros atuais. Não dá para entender essa divisão", comenta um professor da rede.
Outros dois erros graves estão no mapa da página 18. A Rússia, que tem parte de seu território na Ásia e parte na Europa, aparece integralmente como país asiático. A Eritréia, país que se separou da Etiópia, em 1993, não existe no mapa da cartilha.
Comparação leva docentes a suspeitarem de plágio
Professores de história da 5 série da rede estadual de ensino, que usam o livro didático "História Temática, Tempos e Culturas", da Editora Scipione, suspeitam que trechos da obra foram plagiados pela cartilha do governo estadual. O livro, aliás, é distribuído gratuitamente pelo governo federal e aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura.
Segundo os apontamentos dos docentes ouvidos pelo Diário, um trecho da página 16, do caderno de história, é praticamente idêntico ao da página 42 do livro didático: "Por volta do ano 100 a.C., acreditava-se que sete astros giravam em torno da Terra. Essa ordem determinou a denominação dos dias da semana para os romanos", é o que está no caderno. No livro, o trecho é: "Por volta do ano 100 a.C., acreditava-se que sete astros giravam em torno da Terra. Seus nomes em latim são Saturnus, Sol, Mars, Mercurius, Jupiter, Venus e Luna. Essa ordem determinou a denominação dos dias da semana para os romanos".
Também há semelhança entre a questão três da cartilha de história, na página 17, que fala sobre o calendário judaico, e o mesmo assunto abordado na página 46 do livro didático.
Os professores ouvidos pelo Diário não detectaram, até agora, cópias suspeitas no guia de Geografia da 8 série.
A secretaria negou a cópia dos textos. "A pasta não recebeu qualquer reclamação de editora ou órgão público. Os guias foram elaborados por cerca de 40 educadores, a maioria deles autores de outros livros. Os trechos citados são diferentes dos que estão no livro indicado pelo Diário de S. Paulo e são de domínio público, contidos em qualquer livro de História", diz nota enviada pela pasta. O Diário entrou em contato com a Editora Scipione por meio da assessoria, mas não obteve resposta sobre o assunto.