quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Brigada Militar usa tropa de choque para reprimir professores

Tropa de choque empurra professores para fora de rua, em Porto Alegre (RS)./ Crédito: Jesus Alves





Professores protestaram em frente ao Palácio Piratini para exigir a liberação dos representantes sindicais do Cpers. Brigada Militar usou cavalaria e tropa de choque com o argumento de desobstruir a rua. Presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, condena ação da polícia.

Porto Alegre (RS) – Mais um protesto, desta vez de professores, terminou com a ação da cavalaria e da tropa de choque da Brigada Militar na manhã desta terça-feira, em Porto Alegre (RS). Cerca de 500 professores da rede pública estadual trancaram a rua Duque de Caxias, em frente ao Palácio Piratini, para pressionar que fossem recebidos pelo governo do Estado.

A presidente do sindicato da categoria, o Cpers, Rejane de Oliveira, conta que a comissão com nove trabalhadores não conseguiu chegar nem mesmo até a portaria do palácio para entregar um documento em que solicitavam uma audiência. Assim que a comissão se aproximou do palácio, as portas foram fechadas e a tropa de choque fez um cordão de isolamento.

Sem poderem ser recebidos, os professores solicitaram ajuda de deputados para intermediar a negociação com o governo. Foi neste momento, por volta das 9:30h diz Rejane, que se desencadeou uma ação violenta da Brigada Militar.

“Chegou para nós uma proposta do governo que se nós retirássemos os trabalhadores do meio da rua e se dirigissem para a Praça da Matriz, as nove pessoas que estavam na porta seriam recebidas. Quando orientamos os trabalhadores para irem para a praça, quando já estavam indo, a Brigada veio com cavalos e cassetetes pra cima da nossa categoria”, conta.

Depois de retirar os trabalhadores da rua, a sindicalista relata que os policiais ainda tentaram identificar os nove integrantes da comissão que estavam perto da porta do palácio. No entanto, os professores resistiram. O comandante-geral da Brigada Militar, Paulo Mendes, refutou as reclamações de violência por parte dos manifestantes. De acordo com ele, a ação foi necessária para desobstruir a rua e garantir a ordem pública.

No entanto, a sindicalista discorda do comandante-geral. Ela diz que a violência foi totalmente desnecessária, já que os professores ficaram das 8:30h até quase as 11h rodeados pela Brigada Militar. Ela também reclama do governo estadual.

“Foi uma violência desnecessária, porque a nossa categoria já estava se dirigindo para lá, inclusive, quando a polícia foi para a cima. Com certeza, demonstraram a falta de preparo e a política rebaixada desse governo quando dá ordens para a Brigada Militar, que deveria proteger o cidadão, mas é a principal causadora de violência”, reclama.

O motivo do protesto é a liberação das 40h semanais para que os representantes sindicais recém eleitos à direção do Cpers possam exercer as funções. A legislação estadual permite que apenas 11 professores sejam liberados para integrarem a direção do sindicato. No entanto, um acordo informal que já persiste há diversos governos libera um diretor de cada um dos 42 núcleos e mais os 15 membros da direção central do Cpers para as atividades sindicais.

O chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, marcou uma audiência para tratar do tema na próxima quinta-feira, às 17h.


3 comentários:

Anônimo disse...

Olá,
sou jornalista e estou fazendo uma matéria sobre a adoção de sistemas de ensino privado pelas redes estaduais. Gostaria de saber qual a opinião de vocês, professores.
Respostas podem ser enviadas, com nome e sobrenome, mais escola em que leciona, função e cidade para: melissa@projetocomunicacao.com.

Obrigada pela colaboração

cecilia condeixa disse...

Blogueira, desistiu d epostar novos posts?
só hoje descobri seu blog, ótimo.
Esses emails do fnde funcionam?

Veja o que estão fazendo com o Enem: virou grife e por último virou a panacéia dos exames> vestibulão, certificação de eja (encceja)e 1a. fase do enade. Já a qualidade das provas...mas quem liga pra isso, não é?
Pode?
um abraço,
Cecilia Condeixa , ex-professora de ensino fudnamental, autora de livros didáticos e consultora em avaliação.
ceciliacondeixa@terra.com.br

Augusto Souto disse...

Em Pernambuco Professor com 20 anos de Profissão e Mestrado ganhará menos que Merendeira
Criamos estas tabelas comparativas, entre os salários dos professores(150 h/a), Assistentes Administrativos e Auxiliares Administrativos, com suas respectivas formações e tempo de serviço.Incluimos a Gratificação de Magistério para os Professores e o 207 para as demais categorias.Nestas tabelas percebemos claramente a "valorização" que a partir de Junho o Governo do Estado dará aos Professores.Não seremos só o pior salário para Professores do Brasil, também seremos o pior salário pago a um profissional com nível universitário em nosso País.Parabéns Governador e Srs. Deputados, vocês conseguiram piorar um pouco mais a nossa situação. Um exemplo: Um PROFESSOR com MESTRADO e 20 anos de Trabalho ganhará menos R$ 13,56 que uma Merendeira com o mesmo tempo de serviço. O que o Governo com o respaldo de 34 fez, acabou com os sonhos de muitos jovens que pretendiam ingressar no Magistério Estadual acreditando que poderiam ter uma vida digna com uma profissão que é tida como uma das mais nobres por todos aqueles que têm um mínimo de consciência política e percebem que Desenvolvimento sem Educação não existe, que o digam as potências globais, que coincidentemente alavancaram suas economias após reformas importantes em seus sistemas Educacionais, principalmente com Valorização dos profissionais da área. O poeta falou que eles estão surdos.Mas, se vivesse em Pernambuco acrescentaria que estão cegos e loucos também.

Augusto Souto
professor-Garanhuns.


veja no nosso blog a tabela completa.
www.educacaoelutape.blogspot.com

Solicitamos do prezado Companheiro de blog
que esta vergonha seja divulgada pelos companheiros.