sábado, 26 de abril de 2008

Curso gratuito sobre história paulistana

CIEE promove curso sobre história paulistana
24/04/2008

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) promove, a partir de 8 de maio, o 5º Curso de História de São Paulo, coordenado pela professora doutora do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP) Ana Maria de Almeida Camargo. As aulas serão realizadas no Teatro CIEE (Rua Tabapuã, 445, Itaim Bibi, São Paulo/SP, das 9h30 ao meio-dia.

Ministradas sempre às quintas-feiras, pela manhã, até o dia 17 de julho, as 12 aulas terão duração de 2h30 cada e serão precedidas de café da manhã. O curso é totalmente gratuito, voltado para estudantes, professores, historiadores e demais interessados.

Entre os professores convidados estão Helena Katz (PUC-SP), Sergio Casoy (ECA-USP), Fernando Gurgueira (FAAP), Cacá Machado (Anhembi Morumbi), entre outros.

O programa vai tratar das manifestações culturais e dos meios de comunicação na capital paulista: teatro, cinema, música, ópera, televisão, rádio, circo e imprensa humorística. Cada aula conta com um docente específico, especialista nas respectivas áreas de pesquisa.

As inscrições devem ser feitas, a cada aula, pelos telefones (11) 3040-6541 e (11) 3040-6542 ou pelo site www.ciee.org.br no link institucional/agenda de eventos. Vagas limitadas.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Mensagem enviada por Denise Camargo, para a Faber-Castell, fabricante, entre outros produtos, de lápis para colorir.
Leiam e ajudem a divulgar essa afronta que a empresa está praticando em relação às práticas racistas e excludentes no que diz respeito aos negros, indo contra, inclusive, à Lei 11.465/08, que altera a Lei 10639/03.
Gostaria de contar-lhes a seguinte história: Quando meu filho ingressou na escola de educação infantil, chegou aqui em casa certo dia dizendo que queria ser "cor de pele". Gostaria de informar que somos negros. Meu marido é branco. Nosso filho, mestiço. Não conseguimos entender o desejo dele, pois ele já era cor de pele - foi o que respondi. "Filho, você é cor de pele. Cor de pele negra".
Esse tema rondou a casa por semanas até que um dia fui à escola descobrir o que estava havendo. E, para minha surpresa, o fato era uma mistura de incompetência para a diversidade brasileira vinda da própria professora e, muito fortemente, saída também da Faber-Castell, que tem na sua caixa de lápis de 36 cores uma cor chamada PELE. Que cor é essa? Um salmão, rosa-claro, rosinha a que o fabricante denomina PELE. Pele de quem, me pergunto? Pele branca, é claro. Não seria legítimo em um país de maioria negra que houvesse também uma cor na caixa de lápis para quem não tem pele branca? Ressalto que,sim, embora as estatísticas camuflem esse dado, o Brasil é um país de maioria negra. E posso informar bibliografia consistente sobre o assunto, se necessário.
Ou insiram uma nova cor, que contemple a pele negra, ou mudem o nome dessa, por favor. Meu filho está com sete anos agora e já faz tempo que sabe que ele é "marronzinho", como ele mesmo dizia. Mas entendeu nesse exato momento em que quis ser "cor de pele" que vocês o submeteram a um preconceito disfarçado. Camuflado em uma caixa de lápis que vemos nas propagandas cantantes, coloridas, sorridentes da marca.
O fato é que desde essa época - e faz tempo! tento por este canal, sem sucesso, um contato com a Faber-Castell. O fato é que semana passada, fazendo uma compra pude ver que a cor PELE continua na caixa de lápis fabrica por vocês. Quero uma resposta e providências em uma semana, por favor.
Porque hoje acordei cansada de ser ignorada. Aproveito para informar que, desta vez, usarei todos os recursos necessários para que minha reclamação atinja os canais destinados à ela, bem como instituições que se preocupam com a questão no Brasil.
Atenciosamente, muito atenciosamente,
Denise Camargo

segunda-feira, 14 de abril de 2008

150 municípios paulistas adotam apostilas em escolas públicas

Pelo menos 690 mil alunos do infantil e fundamental de 300 cidades no País usam material de grupos privados
Por Renata Cafardo e Simone Iwasso
Pelo menos 150 municípios de São Paulo contratam sistemas apostilados privados para as escolas públicas de suas redes, o que representa 23% das 645 cidades paulistas. Há ainda outros 150 municípios no País com esse tipo de contrato, totalizando 300.
O levantamento foi feito pelo Estado com informações fornecidas por sete das maiores empresas que atuam na área, entre elas Objetivo, COC e Positivo. No Brasil, são 690 mil alunos da educação infantil e fundamental de escolas públicas usando materiais de grupos particulares.
A entrada dos chamados sistemas de ensino no setor público é recente. Eles têm crescido nos últimos anos, chegando a triplicar o total de cidades atendidas.
Fica claro o predomínio da modalidade em São Paulo, apesar de nem todos os grupos serem do Estado. As cidades gastam juntas, no mínimo, R$ 100 milhões por ano para receberem material didático e uma assessoria, que inclui capacitação de professores, portais interativos, avaliações e ajuda na gestão escolar.
Esse pacote - que vai além da apostila dividida por bimestres e atividades programadas - é o diferencial apontado por quem defende os sistemas de ensino. Ele se contrapõe ao livro didático, muitas vezes considerado abrangente demais e complexo.
A opção das prefeituras é polêmica. As mesmo tempo em que recebem questionamentos de educadores por adotar um sistema que levaria à padronização do ensino, as redes públicas apostiladas têm obtido resultados positivos em avaliações do Ministério da Educação (MEC).
Das dez cidades de São Paulo com o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), sete usam materiais apostilados.
O Ideb é hoje o indicador oficial mais importante da educação brasileira e leva em conta rendimento dos alunos em exames nacionais, taxa de repetência e evasão escolar.
Das dez piores no ranking do Estado, nenhuma tem contrato com sistemas de ensino privados. “Temos renovado os contratos porque os professores pedem. Eles acham que melhorou o trabalho em sala de aula e não querem mais usar o livro didático”, diz o prefeito de Dois Córregos, na região de Bauru, Luiz Antonio Nais. A cidade é a quarta colocada no ranking paulista das melhores redes.
O Estado consultou ainda o Ideb de 46 redes municipais atendidas por sistemas de ensino - os grupos não informam os nomes das 300 cidades. Todas elas têm índice superior à média nacional, de 3,6 pontos.
Também usam sistemas apostilados as três representantes paulistas que aparecem em um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do MEC sobre os 37 municípios com os melhores exemplos de escolas públicas.
Atualmente, há pelo menos 13 grandes grupos que atuam no mercado de sistemas de ensino: Objetivo, COC, Positivo, Expoente, Anglo, Pueri Domus, Uno, Ser, Ético, Etapa, Poliedro, Pitágoras e FTD. Os seis últimos ainda não atuam em escolas públicas, mas todos informaram à reportagem que têm planos de ingressar nesse mercado em breve.
Para a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, os sistemas de ensino não são responsáveis sozinhos pelo bom rendimento dos alunos em exames nacionais. “Vários fatores influenciam, como número de alunos em sala de aula, participação da comunidade, avaliações”, diz. Segundo ela, os grupos privados ganham espaço nos municípios em que a formação do professor é precária. “O professor inseguro precisa de receitas. É como cozinhar. Quando a pessoa é iniciante, não larga a receita. Depois, vai ganhando autonomia, sabedoria e nem olha mais a receita.”
O MEC não tem um estudo sobre quais prefeituras usam apostilas. Por isso, seu Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) continua comprando exemplares e enviando gratuitamente aos municípios. Foram R$ 661 milhões gastos no último ano com livros didáticos.
Enquanto isso, as prefeituras usam o dinheiro do Fundeb - fundo que reúne e redistribui para Estados e municípios a verba da educação, segundo um valor por aluno/ano - para contratar os sistemas privados.
Isso é feito quase sempre por meio de licitação. O preço cobrado vai de R$ 150 a R$ 250, por aluno ao ano. Em São Paulo, é o equivalente a 10% do valor por aluno repassado pelo Fundeb. “É um gasto duplicado”, diz Pilar.
As cidades que optaram por contratar sistemas privados são quase sempre de médio ou pequeno porte e não chegam a 500 mil habitantes. Em São Paulo, estão em todas as regiões: de São Sebastião, no litoral, a Dolcinópolis, no extremo-oeste; de Santana do Parnaíba, a 58 km da capital, a Descalvado, no norte do Estado.
Os sistemas chegaram também a escolas municipais de Goiás, Paraná, Maranhão. “O conhecimento precisa ser construído a partir da realidade do aluno. Mas a apostila é sempre igual, não importa que as redes sejam diferentes”, diz a educadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ângela Soligo.

sábado, 12 de abril de 2008

A política das provas, provinhas e provões

Ivan Valente*


O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) existe desde 1996. Em março, foram divulgados os resultados das provas de Língua Portuguesa e Matemática do exame aplicado no ano passado. Alguns resultados que o Saresp 2007 mostrou:

- na 1ª série do ensino fundamental, 48,8% dos alunos não escrevem com ortografia regular. Redigem com correspondência sonora alfabética;

- na 3ª série do ensino médio, cerca de 80% estão abaixo do nível considerado adequado pela Secretaria Estadual de Educação. Na 8ª série do ensino fundamental, 70% estão abaixo do adequado;

- nas 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, o percentual dos alunos com desempenho em matemática “abaixo do básico” é de cerca de 45% e 50%, respectivamente. No ensino médio, este percentual é de 71%;

- na média geral, mais de 80% dos alunos não atingiram os conhecimentos matemáticos esperados pela própria Secretaria da Educação.

Portanto, ao contrário do que propagandeia o governo estadual, algo está muito errado na Educação que temos dado às crianças do nosso estado. A gestão Serra afirma ter encontrado a “salvação da lavoura” para os problemas do ensino em São Paulo. Em diversas declarações à imprensa, a secretária Maria Helena Castro exaltou a política baseada na concorrência entre escolas e entre professores, com a realização de avaliações sucessivas e superpostas – provas, provinhas e provões – e o posterior oferecimento de bolsas, bolsinhas e bônus de baixo valor, concedidos de acordo com o resultado dos exames. Para ela, a premiação do mérito, aliada à análise de indicadores de gestão, de taxas de repetência e evasão e de ausência de servidores, trará as respostas para a qualidade do ensino em nosso estado.

A secretária escanteia, desta forma, elementos fundamentais no debate sobre os rumos da Educação. Para ela, por exemplo, é irrelevante se uma sala de aula do ensino fundamental ou médio tem 25 ou 60 alunos. Maria Helena considera esta questão um mito da Educação a ser eliminado, ignorando o recomendado por instituições nacionais e internacionais, como a UNESCO, que estabelecem em 35 o número máximo de alunos por sala de aula.

Da mesma forma, nossas escolas públicas não precisariam de mais recursos, nem o professorado, de melhorias salariais. Nada disso levaria a um aumento no aprendizado. Tudo não passaria de uma “ladainha repetitiva”, “sindicalista, ultrapassada e corporativa”. Afinal, nossos educadores ganham bem e os recursos são suficientes.

Ou seja: ao afirmar que é irrelevante o número de alunos por sala de aula e que melhores salários e condições de trabalho não são determinantes nas boas condições de aprendizagem, achou-se o culpado para a nossa péssima qualidade de ensino: o professorado. A solução apontada, então, é premiar os servidores mais “talentosos” e “esforçados” e as escolas mais “promissoras”, medidas pelos sucessivos exames aos quais as instituições são submetidas.

Países como Chile e Estados Unidos já revelaram os efeitos maléficos deste tipo de política. Um deles é o afastamento dos melhores professores das escolas que atendem a alunos mais carentes, que apresentam piores desempenhos neste tipo de avaliação. Da mesma forma, a busca por escolas com melhores resultados – que nem sempre significam melhor qualidade no ensino – tende a isolar os estudantes com mais dificuldades em escolas que já sofrem um conjunto de deficiências.

O resultado é o aumento permanente na distância entre os desempenhos obtidos por alunos de uma mesma rede de ensino. Falhas na gestão e professores que não agem de acordo com sua função de servidor público devem ser combatidos. Mas em absoluto constituem o cerne do nosso problema educacional.

A ilusão de que a comparação e seleção levarão à produção de qualidade é um equívoco pedagógico que pode colocar nossas instituições no perigoso caminho da geração e aumento da exclusão.

Os tucanos estiveram oito anos no governo central e governam São Paulo há 13. FHC vetou o dispositivo do Plano Nacional de Educação que elevava o gasto público com educação de 3,7% para 7% do PIB. Criaram um pseudo-sistema nacional de avaliação para esconder a política de corte dos recursos. Seu objetivo sempre foi diminuir o papel do Estado e atribuir-lhe papel apenas regulatório.

As políticas de fundos para a educação de FHC e de Lula não passam de socialização da miséria. Alguém acredita que o suplemento da União a Estados e Municípios, de apenas R$ 1 bilhão ao ano de recursos novos nos próximos quatro anos, para um universo de 50 milhões de estudantes da educação básica, resultará em algum impacto real na qualidade de ensino? Podemos nos fiar que a instituição de um piso salarial para o magistério brasileiro de pouco mais de R$ 450 por 20 horas semanais estimule a carreira? Enquanto isso, o país desembolsa R$ 160 bilhões por ano em juros da dívida pública.

Somente o investimento pesado na formação e remuneração dos docentes e na infra-estrutura das escolas resultará na melhora qualitativa na educação. É esta a política que precisa ser promovida com urgência em São Paulo, sob o risco de comprometermos em definitivo o futuro de uma parcela significativa de nossa população.

*Ivan Valente é deputado federal pelo PSOL/SP, professor e membro da Comissão Permanente de Educação da Câmara dos Deputados.
Publicado na revista Época


terça-feira, 8 de abril de 2008

Vitória: Assinada em SP a Carta Compromisso com a Sociologia no Ensino Médio

Secretaria da Educação Discursa no
Ato Compromisso com a Sociologia

Em um concorrido ato realizado na última terça-feira, dia 8 de abril, a partir das 11h30, que contou com a presença de cerca de 50 pessoas, entre autoridades, profissionais e estudantes, a Secretária da Educação do Estado de São Paulo, Profª e Socióloga Maria Helena Guimarães Castro, assinou de público a Carta Compromisso com a Sociologia no Ensino Médio no Estado de São Paulo.

Apesar deste ano termos ficado sem as aulas em nossas escolas, em 2009, todas as 3,7 mil escolas de ensino médio públicas terão pelo menos duas aulas em pelo menos uma das séries em São Paulo. A secretária anunciou de público ainda a realização de concurso para 2009. Estimamos que isso possa abrir pelo menos 1,2 mil vagas de professor de Sociologia (salário inicial de 1,2 mil reais para jornada de 20 horas/aula semanais). Uma verdadeira vitória dos professores e do nosso Sindicato dos sociólogos, que foi muito elogiado na solenidade.


Compromisso com a Sociologia
Fizeram uso da palavra, além do presidente do Sinsesp, Prof. Lejeune Mato Grosso, e Prof. Fábio Santos de Moraes (Secretário-geral Apeoesp) e Prof. Douglas Izzo (Diretor da Apeoesp e do Sinsesp), o Prof. Dr. Amauri César Moraes (Sociólogo e da Faculdade de Educação da USP e um dos autores das OCNs de Sociologia); Prof. César Calegari (Sociólogo, Secretário da Educação de Taboão da Serra e relator do parecer 38/06 eu obriga o ensino de S&F nas escolas médias no país do CNE); Deputado Simão Pedro (do PT/SP, filósofo e nosso sociólogo honorário) e Deputado Mauro Bragato (Sociólogo e deputado do PSDB, antigo apoiador da luta pela Sociologia no Ensino Médio).

Todos foram muito aplaudidos pelos presentes. Os estudantes, que representavam pelo menos uma bancada de 20 pessoas, vieram da USP, da ESP e da UniSantana. A Secretária, ao discursar foi enfática na defesa da medida, dizendo que isso iria qualificar e muito nosso Ensino Médio paulista e que ajudaria os nossos estudantes e terem em suas mãos instrumental que lhes possibilitassem melhor entender a realidade em que vivem. Comprometeu-se em estudar de imediato a viabilidade da realização de concurso o mais breve possível e que as atribuições de aula, que este ano será já agora em novembro, deverão ter Sociologia em todas as escolas. Isso vai fortalecer os 15 cursos de CS existentes no Estado, outros podem abrir e os estudantes poderão de imediato iniciar a sua docência em Sociologia, ainda que como temporários. Os profissionais já formados poderão, em breve, prestar concurso público para serem titulares de cargos. O último concurso realizado no Estado ocorreu há 14 anos, em 1994.

Avaliamos que essa foi uma vitória do Sinsesp e da Apeoesp que, juntos, há mais de 11 anos, lutam pela implantação dessa medida. Mesmo que no Brasil todas as escolas médias já possuam ambas as disciplinas, a ausência em SP torna parcial a nossa vitória nacional, que agora se coroa de uma grande vitória dos sociólogos e dos professores paulistas, que souberam compreender a importância do ensino dessas disciplinas à nossa juventude. Uma grande vitória o Sinsesp. Parabéns a toda a diretoria da atual gestão e de todas as gestões passadas que deram a sua imprescindível contribuição para essa vitória que hoje se concretiza.


Em breve teremos um sociólogo efetivo na rede, professor titular de cargo, que será o Prof. Walmir Celso Halembeck, atuando na equipe central da CENP de currículo. Em breve organizaremos com a Apeoesp e com a SBS, um Seminário na USP sobre ensino de Sociologia com um curso simultâneo de 30 horas, para justificarmos a liberação de professores da rede para dele participarem.

Esperamos para o final do ano já termos um indicativo de uma proposta curricular para o ensino em 2009. Esperamos contar com o apoio do Prof. Amauri nesse evento da USP e com a própria Faculdade de Educação e seu Departamento de Metodologia, bem como com colegas do departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Esse esforço visa recuperarmos um atraso de muitos anos e recuperarmos o terreno perdido nesses anos todos. Vamos vencer. Mais uma vez, parabéns a todos que deram a sua parcela de contribuição para essa nossa luta, inclusive em vários estados brasileiros.


Veja como Fazer seu Registro Profissional

Os sociólogos paulistas devem fazer o seu registro profissional para exercerem a profissão, segundo a Lei 6.888/80. Para isso devem se dirigir à DRT/SP, que fica na Rua Martins Fontes, nº 109, 2º andar, sala 203, Centro (próximo ao prédio do Diário de São Paulo e da Biblioteca Mário de Andrade, esquina com a Avenida São Luís) e levar:

• Cópia simples de seus diplomas de bacharel devidamente registrado no MEC, frente e verso acompanhado do original que deve ser verificado pelo próprio funcionário da DRT;

• Cópia da CTPS da página da foto e do verso, da qualificação pessoal, bem como a própria carteira original para ser conferida;

• Cópias do RG e do CPF, cópias simples acompanhados dos originais, para serem conferidos na hora pelo funcionário encarregado.

• Preencher um requerimento fornecido pela própria DRT

Após isso, esperam-se 30 dias úteis e no mesmo dia o colega sociólogo já sai sabendo exatamente a data em que poderá pegar a sua carteira de trabalho devidamente carimbada com o número de seu registro profissional.

Atenção: os recém formados também podem se registrar, mesmo sem o diploma, desde que levem o certificado de conclusão de curso, de colação de grau, que contenha todos os dados do decreto e portaria de reconhecimento do curso que fez o bacharelado em Ciências Sociais, bem como as cópias da CTPS e demais documentos pessoais.


Contribuição Sindical: pagamento até 30 de Abril

Mesmo tendo passado o prazo legal para o pagamento da contribuição sindical de 2008, estas prosseguem e podem ser feitas até o dia 31 de março. Os nossos colegas que perderam o prazo, não tem problema, podem pagar ainda este mês, tirar Xerox e enviar ao RG da empresa onde trabalham que na folha de pagamento de março, cujo salário sai no quinto dia útil de abril, não deve ser descontado para outra entidade sindical, pois o colega já esta em dia com a contribuição sindical, pois pagou para o seu sindicato de sociólogo.

Nosso site, logo no topo da página, tem um botão escrito "Contribuição Sindical de 2008". Clique nesse botão e preencha os seus dados como profissional liberal, 2008. O valor este mês tem acréscimo de 10% de multa e 1% de juros de mora, conforme determina a CLT, sendo que o boleto gerado, portanto, será de R$88,80 e pode ser pago em qualquer agência bancária e casas lotéricas. Veja o endereço.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Campeã do Enem impõe rigor a docente

Melhor colégio estadual da capital paulista no exame a estudantes já mandou para psiquiatra professores que faltaram muito

Diretora do Rui Bloem afirma que faltam recursos para a unidade; apesar de liderar entre estaduais, foi a 335ª na lista geral da cidade

FÁBIO TAKAHASHI

DA REPORTAGEM LOCAL

"Os nossos alunos mais rebeldes nos chamam de nazistas", conta a diretora da escola Rui Bloem, Maria Cleuza de Oliveira Martins, 64. A unidade obteve a melhor nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2007 entre os colégios estaduais da capital paulista. A reclamação dos estudantes, diz a diretora, decorre do sistema que a escola adota: disciplina para alunos e professores.

Segundo a diretora, isso contribui para que a escola, em Mirandópolis (zona sul), seja organizada e tenha um bom ambiente de trabalho. Ambiente esse complementado pelo aspecto da unidade, com paredes impecavelmente pintadas e jardins bem aparados.

A conservação, porém, vem em grande parte dos recursos dos próprios pais, diz a diretora. Do governo, chegam cerca de R$ 30 mil para manutenção ao ano. Só em festas, a APM (associação de pais e mestres) arrecada cerca de R$ 40 mil. Para a diretora, a falta de investimentos é o pior problema da escola -mesmo sendo a melhor estadual da capital, no ranking geral da cidade (incluindo particulares e técnicas) a Rui Bloem ficou em 335º lugar.

A secretaria da Educação da gestão José Serra (PSDB-SP) afirma que aumentou em 80% a verba de manutenção das escolas entre 2007 e 2008 e que a Rui Bloem receberá um investimento de R$ 200 mil. Leia abaixo trechos da entrevista com Maria Cleuza.

FOLHA - O que explica a 1ª colocação da escola entre as estaduais?
MARIA CLEUZA DE OLIVEIRA MARTINS
- Temos uma escola limpa, organizada, com ajuda dos recursos da APM. Outro ponto importante é o compromisso. Tenho professores que são efetivos há muito tempo. Também tenho pais que cobram muito dos estudantes e da escola.
O que ajuda muito aqui é a disciplina. Tem horário para entrar. O aluno deve trazer o material certo para cada aula.
Se não o faz, a gente chama o pai imediatamente. É um trato "tête-à-tête". Os estudantes têm "provões" todo semestre.
Tem aluno que vem de escola particular e fala: "Pô, escola do Estado desse jeito? Só tirei nota vermelha". Aqui, são de 42 a 45 alunos por sala. Não dá tempo para brincadeira. Os nossos alunos mais rebeldes chamam a gente de nazista. Mas o que queremos é disciplina.

FOLHA - Como a escola mantém professores efetivos, já que os salários são iguais em toda a rede?
MARIA CLEUZA
- Acho que o professor sabe que pode contar com a direção e também há um ambiente agradável de trabalho. Já o aluno reflete o seu comportamento, pois sabe que a equipe gestora é extremamente exigente, vai chamar o pai se aprontar alguma coisa.
E se a família não cooperar, encaminhamos para o conselho tutelar. Da mesma maneira que encaminho professor para psiquiatria. Hoje existe a falta médica [sem desconto do salário], desde que seja em dias alternados. Assim, o professor pode trabalhar terça e quinta.
Segunda, quarta e sexta ele pode arrumar um atestado, às vezes até compra, e tem o dia abonado. Aqui, se começar com atestado, eu dou uma guia e peço uma avaliação médica. Já fiz isso com quatro professores.

FOLHA - Os salários são baixos?
MARIA CLEUZA
- Ganho cerca de R$ 1.200 como diretora. Como professora aposentada, mais R$ 1.000. É pouco.

FOLHA - Quais são as grandes dificuldades da escola?
MARIA CLEUZA
- Financeira. Com uma escola deste tamanho, só agora ganhamos um datashow. Um para três mil alunos. Segunda-feira [amanhã] começa o curso técnico de administração de empresas [novo projeto do governo, oferecido a parte dos alunos do ensino médio], e não estamos preparados. O que foi dito é que esse curso seria 50% online e 50% presencial. O curso começa com giz, apagador e saliva.

FOLHA - E sala de informática?
MARIA CLEUZA
- Os computadores são muito ultrapassados. Quando o governador veio aqui [em fevereiro, Serra foi à escola lançar um programa de transferência de verbas às escolas], foi feita a parte elétrica. Ficaram de mandar computadores condizentes. Dez computadores para 40 alunos não dá. E nossos computadores são "tartaruga futebol clube", de 95, 98.

FOLHA - O governo anunciou diversas medidas para 2008, como implementação de um currículo, recuperação para todos os alunos nos primeiros 40 dias entre outras. As escolas conseguem absorver tudo isso?
MARIA CLEUZA
- Acho que não. Deveria consultar as bases antes de implementar. Senão dá impressão de imposição e, assim, não há garantia que o professor vá implementar o projeto na sala de aula.
Nada deveria ser imposto e ainda mais com pouco tempo de preparação. O jornal, por exemplo [refere-se à recuperação inédita implementada pelo governo, cujos conteúdos foram apresentados por meio de jornais], chegou na véspera do planejamento [pedagógico].
Esse material trouxe algumas reclamações. Professores entenderam como engessamento dos seus trabalhos. Discordo. O que acabou foi a soberania. O professor usa sua didática, mas ele trabalha num sistema, com regras que precisam ser seguidas. A rede estadual é muito grande e precisa de parâmetros. Cada um fazia o que queria, planejava o que queria.
Para a gente não trouxe muita novidade, porque já trabalhávamos com um currículo, que se assemelha em muito ao que a secretaria estabeleceu.

Cartilha que ensina professor a lecionar está cheia de erros

DIÁRIO DE S.PAULO 6 de abril de 2008

Aberrações como confundir século com milênio e ignorar o nome dos países que já pertencem à União Européia não causariam surpresas se fossem respostas de estudantes da rede pública em algum teste. Esses erros, no entanto, estão presentes em duas cartilhas do governo do estado, destinadas a ensinar os professores a darem aulas. Os guias foram lançados pela Secretaria de Estado da Educação há três dias.

O jornal Diário de S.Paulo teve acesso aos cadernos de História, da 5 série, e Geografia, da 8, ambos destinados às aulas do primeiro bimestre do ano letivo. Professores da rede estadual comentaram os erros, mas pediram anonimato.

Para a pergunta: "O século XXI começou no 2001 e terminará em qual ano?", a cartilha do governo aponta como resposta correta a alternativa "d", ano 3000. "Confunde século com milênio", afirma um professor. A resposta certa é ano 2100, que não consta em nenhuma das cinco alternativas do guia.

Outra questão que, na opinião de docentes da rede estadual, é mal elaborada e induz ao erro está na página 26. A pergunta lembra que um arqueólogo batizou seu achado (esqueleto pré-histórico) de Lucy em homenagem à música "Lucy in the sky with diamond", dos Beatles. Um brasileiro, ao encontrar o primeiro esqueleto pré-histórico de mulher, também homenageou uma música. A questão pede o nome do esqueleto. "A comparação com a música dos Beatles leva o aluno ao erro porque a música 'Luiza', de Tom Jobim, é a mais conhecida. E a alternativa correta é Luzia", diz um docente.

Geografia

Os mapas do caderno de Geografia trazem como referência a quarta edição Atlas Geográfico Escolar, do IBGE, de 2007. Mas, no mapa sobre os países pertencentes à União Européia (UE), a cartilha erra feio ao colocar Romênia e Bulgária como "futuros membros". Ambos fazem parte do bloco desde o ano passado. Destacados como "novos membros", em rosa, estão sete países que integram a UE desde 2004. A República Tcheca, que também aderiu em 2004, é destacada em amarelo, como membro atual. "Todos os países que integram a União Européia são membros atuais. Não dá para entender essa divisão", comenta um professor da rede.


Outros dois erros graves estão no mapa da página 18. A Rússia, que tem parte de seu território na Ásia e parte na Europa, aparece integralmente como país asiático. A Eritréia, país que se separou da Etiópia, em 1993, não existe no mapa da cartilha.


Comparação leva docentes a suspeitarem de plágio

Professores de história da 5 série da rede estadual de ensino, que usam o livro didático "História Temática, Tempos e Culturas", da Editora Scipione, suspeitam que trechos da obra foram plagiados pela cartilha do governo estadual. O livro, aliás, é distribuído gratuitamente pelo governo federal e aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura.


Segundo os apontamentos dos docentes ouvidos pelo Diário, um trecho da página 16, do caderno de história, é praticamente idêntico ao da página 42 do livro didático: "Por volta do ano 100 a.C., acreditava-se que sete astros giravam em torno da Terra. Essa ordem determinou a denominação dos dias da semana para os romanos", é o que está no caderno. No livro, o trecho é: "Por volta do ano 100 a.C., acreditava-se que sete astros giravam em torno da Terra. Seus nomes em latim são Saturnus, Sol, Mars, Mercurius, Jupiter, Venus e Luna. Essa ordem determinou a denominação dos dias da semana para os romanos".


Também há semelhança entre a questão três da cartilha de história, na página 17, que fala sobre o calendário judaico, e o mesmo assunto abordado na página 46 do livro didático.


Os professores ouvidos pelo Diário não detectaram, até agora, cópias suspeitas no guia de Geografia da 8 série.

A secretaria negou a cópia dos textos. "A pasta não recebeu qualquer reclamação de editora ou órgão público. Os guias foram elaborados por cerca de 40 educadores, a maioria deles autores de outros livros. Os trechos citados são diferentes dos que estão no livro indicado pelo Diário de S. Paulo e são de domínio público, contidos em qualquer livro de História", diz nota enviada pela pasta. O Diário entrou em contato com a Editora Scipione por meio da assessoria, mas não obteve resposta sobre o assunto.